terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Novos índices comprovam: Desigualdade diminui no Brasil







A revista Carta Maior no ótimo texto de Emir Sader, grande sociólogo, faz uma reflexão dos novos dados que comprovam que a desigualdade social no Brasil está em decadência, desde 2000.
As políticas de distribuição de renda que tiveram início no governo Lula, que tiveram continuidade na administração de Dilma, como Bolsa Família e o Prouni, que inclui jovens nas universidades, foram ferramentas essenciais que contribuíram para que o índice começasse a cair de a cada ano. 
Enquanto a desigualdade está em queda no Brasil, ela aumenta a cada dia na Europa. A política neoliberal de enfraquecer a máquina do Governo, através de demissões e arrochos salariais é contestada com estes novos números.
No caminho certo está o Brasil, que em meio à crises financeiras, ao invés de poupar gastos com demissões para pegar mais dinheiro emprestado ao FMI, ao contrário, investe no mercado interno, diminui alguns impostos e aumenta o acesso às universidades.

Leia na íntegra o artigo de Emir Sader na Carta Maior:

A desigualdade no Brasil e no mundo


“A desigualdade brasileira está entre as dez mais altas do mundo, apesar de estar no piso das nossas séries históricas.” Assim começa Marcelo Cörtes Neri artigo no Valor sobre o tema..
A grande novidade no mundo é que a desigualdade diminuiu, graças sobretudo à sua diminuição em países como a China, a India e o Brasil, enquanto ela aumenta nos países do centro do capitalismo. A China e a India abrigam a metade dos pobres do mundo, então os efeitos da diminuição da pobreza nesses países é determinante para sua inédita diminuição em escala mundial.

A trajetória da desigualdade de renda no Brasil, de 1970 a 2000, diz o artigo “lembra o cardiograma de um morto”, isto é, nao se moveu, nem com democracia, nem com ditadura, nem com expansão, nem com recessão. “O único sinal de vida foi dado no movimento de concentração de renda ocorrida entre 1960 e 1970, quando o Gini chega próximo a 0,6, e se estabiliza nesse patamar”. Isto, sob o feito do golpe, da repressão aos sindicatos, ao arrocho salarial, à concentração de renda e à exclusão social promovidos pela ditadura, aumentou ainda mais a desigualdade e ficou nesse patamar até os anos 2000.

A desigualdade de renda no mundo começa a cair com o crescimento chinês – ao contrario do que se propala, que teria aumentado na China a desigualdade com o crescimento – indo de 0,63 em 1990 a 0,61 em 2000. A inflexão mais acentuada se dá a partir de 2000, quando a expansão econômica se dá também na India. Na sua combinação, o Gini mundial cai para 0,54 em 2009, chegando ao piso da seria iniciada em 1950.

De forma similar e paralela, a queda brasileira se dá já nos anos 2000. Depois de 30 anos de alta desigualdade inercial, o Gini começa a cair, passando de 0,6 a 0,54 em 2009. A desigualdade continua em queda, em 2010 cruza o piso de 1960 e entra no 12. Ano de queda consecutiva. “Em janeiro de 2012 o Gini atinge 0,519, caindo no ano passado a uma taxa quase duas vezes mais acelerada que dos primeiros anos da década passada.” 

O descolamento entre os emergentes e os países do centro do sistema se acentua com a crise atual, em que a aplicação de políticas recessivas e seletivamente cruéis contra os mais pobres. “Os primeiros anos do início do novo milênio será conhecidos nos futuros livros de história brasileira e de história geral , como de redução da desigualdade. Em contraste com os móvitos da ocupação de ícones de riqueza americana e europeia a começar por Wall Street”, termina ele o artigo.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Acervo histórico de Congonhas atrai atenção da comunidade internacional



Nuria Sanz,chefe da Unidade para América Latina e Caribe do Comitê do Patrimônio Cultural da UNESCO e Luiz Fernando de Almeida, presidente do IPHAN


Uma comitiva composta pelo presidente do IPHAN, Luiz Fernando de Almeida, Nuria Sanz, chefe da Unidade para América Latina e Caribe do Comitê do Patrimônio Cultural da UNESCO, e representantes dos governos do Uruguai e da Colômbia visitou Congonhas na sexta-feira, dia 10.


Os representantes latino-americanos participaram II Ciclo do Informe Periódico para América do Sul que ocorreu em Ouro Preto, de 9 a 11 de fevereiro, sobre as cidades que detêm o título de Patrimônio Cultural Mundial na América do Sul.  “É um ciclo que, a cada dez anos, acontece para se fazer um relatório da preservação deste Patrimônio em nosso continente”, analisa o presidente do IPHAN.

Luiz Fernando trouxe a delegação à cidade para visitar o Memorial Congonhas - Centro de Referência do Barroco e Estudo da Pedra, que está na segunda fase de obras, e para conhecer o Santuário do Senhor do Bom Jesus de Matozinhos.  Segundo ele, a visita dá a dimensão da importância de Congonhas como referência mundial em preservação. “O Memorial é um marco. Fazia muito tempo que o IPHAN não fazia uma intervenção contemporânea dentro de um sítio que é Patrimônio da Humanidade. Mostrar que é possível conciliar uma boa arquitetura (contemporânea) com a preservação do passado é muito importante para apontarmos novos rumos para a política de preservação e para a própria sociedade também”, destaca.

Outra dimensão do Ciclo, segundo o presidente do IPHAN é fomentar a cooperação. Luiz Fernando acredita no potencial do Memorial Congonhas como destaque internacional em preservação. “O Centro de Referência e Estudos da Pedra pode cumprir o seu papel além do Brasil. O problema que enfrentamos com a pedra que acontece em Congonhas é similar à situação que vários países estão encontrando”, destaca.

A uruguaia Nuria Sanz, chefe da Unidade para América Latina e Caribe do Comitê do Patrimônio Cultural da UNESCO, disse que conhecia Congonhas apenas pelos livros e ficou impressionada ao ver de perto a riqueza das esculturas e destaca a festa da peregrinação do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos.”O que mais me impressiona, além da beleza das obras de arte, é que aqui, em uma semana, se concentram 150 mil pessoas. O fervor da peregrinação e um sítio intacto como este nestas condições é o que realmente chama atenção na preservação do Patrimônio Cultural”.

"Venho ao Brasil duas vezes ao ano nestes encontros com autoridades do IPHAN, Fundação Vale e do Instituto Chico Mendes para avaliar o estado de conservação dos bens que estão inscritos na lista de Patrimônio Cultural Mundial. Identificamos as prioridades para toda a região, as formas de cooperação entre todos os países”, explicou Nuria. Ela adianta as negociações com o governo brasileiro para a criação de uma sede da UNESCO no Rio de Janeiro, que capacite equipes de diversos países sobre recuperação e preservação patrimonial: “Esta sede levaria o nome do (arquiteto e urbanista) Lúcio Costa e teria como objetivo restaurar peças e ministrar cursos à toda a comunidade da América Latina, América Central, Caribe com uma projeção aos países africanos”.


Assista o vídeo e conheça o Memorial Congonhas que está em segunda fase de obras:



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Museu dos Tropeiros terá apoio da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais


O Museu dos Tropeiros de Entre Rios de Minas tem resposta da Superintendência de Museus e Artes Visuais (SUMAV). Após matéria publicada semana passada, que mostrou a realidade do espaço e as dificuldades de mantê-lo, o blog Nação Jovem entrou em contato com a instituição para dar suporte ao museu. Enviamos fotos e o release, que relatou grande parte do acervo. Cláudio Henrique, idealizador do espaço, com o apoio da instituição, iniciará o processo de formatação do projeto para buscar recursos do governo do Estado. 


Segue abaixo e-mail da SUMAV, em resposta ao pedido de apoio ao Museu dos Tropeiros. 

Prezado Alexandre,

Antes de mais nada obrigada por nos procurar.  
Para o conhecimento de vocês, um dos principais programas da Superintendência de Museus e Artes Visuais é o de  Assessoria e Formação Profissional - vinculado a uma das duas grandes linhas de ação da instituição que é a de promover a articulação do Sistema Estadual de Museus em Minas Gerais.
As assessorias são decorrentes de pedidos de procedência externa e cabe à SUMAV acompanhar e auxiliar o solicitante na condução de procedimentos técnicos. Caso  o solicitante não possua profissionais capacitados na área, pode contratar serviços de terceiros, contando com a orientação e o acompanhamento da superintendência.
Os temas recorrentes nas assessorias são: plano museológico, inventário de acervos museológicos, conservação preventiva de acervos, implantação de museus, fomento, expografia e ação educativa.

Pelo que você informou sobre o Museu dos Tropeiros, será necessária a elaboração de projetos de lei para a captação de recursos para a manutenção do museu. Para que possamos ajudá-los, o melhor será agendarmos  uma reunião aqui na Superintendência de Museus com a presença do Cláudio. 

Aguardo seu  retorno.

Atenciosamente,


Ana Maria A. F. Werneck
Diretora de Desenvolvimento de Linguagens Museológicas
Superintendência de Museus e Artes Visuais
Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais




Fique por dentro:


O Museu está funcionando em novo horário, de segunda a sábado, de 9h às 16h, à Praça Senador Ribeiro, 183 – Centro – Entre Rios de Minas – MG.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Museu dos Tropeiros - Um encontro com a origem de Entre Rios de Minas




Ao entrar pelo museu dos tropeiros, temos um reencontro com a história de Entre Rios e região. Utensílios de pedra dos índios Cataguases, ferramentas de escravos, relíquias e artefatos usados pelos tropeiros, espadas, além de moedores de milho, café e todo material usado no cotidiano da época. É uma verdadeira volta ao passado desta terra.
Esta bela iniciativa em favor da cultura e do patrimônio histórico de Entre Rios surgiu do artista plástico Cláudio Henrique Cardoso Pena, 49. Ele é casado com Evânia Aparecida de Freitas Cardoso e pai de Jéssica e Cláudia.
A paixão por colecionar objetos do passado surgiu ainda na juventude. “Comecei com 19 anos colecionando chaves. Garimpei outras peças e a cada dia que passava eu ficava mais apaixonado e empolgado em buscar mais e mais relíquias”, comenta.
Na busca pelas relíquias Cláudio não mediu esforços e comprou, ao longo de 30 anos as peças do acervo. “Paguei pela maioria das peças. Outras encontrei vasculhando lixo pelas ruas”, relata. A ideia de montar o museu surgiu do compromisso e do sentimento de compartilhar com Entre Rios todo este acervo histórico. “Não queria que esta riqueza ficasse só para mim, então decidi abrir o museu. O proprietário ‘Nem do Josias’, me deu um mês de carência no aluguel para que eu pudesse restaurar algumas peças e abrir o museu.  Pago R$600,00 por mês”, conta.
O artista procurou orientação no Departamento de Cultura da prefeitura de Entre Rios e não obteve informações sobre como regularizar o museu e receber incentivos das leis de apoio aos museus, ou mesmo do fundo municipal de cultura. “Me disseram que a única coisa que poderiam fazer por mim era deixar eu funcionar sem alvará. Não me deram nenhum apoio financeiro ou me explicaram como faço para conseguir. Sem verba é muito difícil manter o museu”, desabafa Cláudio.
Ainda segundo o artista, o apoio que tem recebido até o momento é de veículos de comunicação. Jornal Correio de Minas, portal Entre Rios News, rádio Ouro FM e do blog Nação Jovem tem sido os apoiadores. O Instituto Maria Helena Andrés se comprometeu nos próximos meses a ajudar no pagamento do aluguel.
O blog Nação Jovem apóia a iniciativa de Cláudio e encaminhou e-mail à Superintendência de Museus e Artes Visuais – SUMAV, órgão competente no que tange a museus no Estado, matéria informando sobre o acervo do museu dos tropeiros, além das fotos para registrar as peças. Aguardamos retorno e orientações para registrar o museu para que ele possa receber verbas para manutenção e funcionamento.
Visite você também o museu dos Tropeiros.
Horário de funcionamento – todos os dias de 9h às 19h
Praça Senador Ribeiro, 183 – Centro – Entre Rios de Minas – MG