sábado, 28 de janeiro de 2012

Abaixo assinado em Entre Rios dá resultado


                                                                             Abaixo assinado dos moradores. Não exibimos o documento original  para preservar a identidade das pessoas que aderiram.



O trevo principal de Entre Rios que tem acesso à MGT 383 sempre foi motivo de reclamações dos moradores da cidade. A pouca iluminação, o risco de assaltos, a falta de guarita para passageiros que ficam expostos à chuva, além de ser a porta de entrada que não valorizava a cidade. Após muitos anos de inúmeras reclamações e nenhuma providência, um cidadão, Sr. Rivael Nunes Machado, decidiu fazer um abaixo assinado e correr atrás junto ao DER – MG (Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais) para atender às solicitações dos entrerrianos. O abaixo assinado deu certo e já observamos a instalação de radares, sinalização e iluminação. Segundo o DER, em breve serão colocadas as guaritas.

O blog Nação Jovem entrevistou Rivael, que nos contou detalhes desta manifestação popular que deu resultado. Disponibilizamos também os documentos para você, leitor, ter uma visão mais objetiva dos fatos.

1 - Nação Jovem: Qual o seu nome, profissão?

R: Rivael Nunes Machado, empresário.

2 - Nação Jovem: Como surgiu a ideia do abaixo assinado para colocação de radares e da iluminação do trevo?

R: Pela grande quantidade de acidentes ocorridos no trevo. Com a falta de iluminação e guaritas, os usuários dos ônibus interurbanos ficavam sem proteção para as chuvas e no escuro, correndo risco de assaltos e outros tipos de violência.
A Polícia Rodoviária Estadual, através do 2º Ten.  da PM Cristiano Ferreira de Oliveira teve uma grande participação, nos fornecendo boletins de ocorrência dos acidentes no período 2007/2010.

3 - Nação Jovem: Como foi a aceitação do documento, quantas pessoas assinaram?

R: Fiz o abaixo assinado,  coloquei em vários pontos comerciais entre julho e agosto de 2011 e fiz a divulgação na rádio Ouro FM e no motolink. O texto pedia as pessoas para assinarem as reivindicações descritas abaixo:
- colação de redutores de velocidade;
- sinalização adequada;
- iluminação;
- guarita para passageiros.
Ao todo foram 1.803 assinaturas das pessoas interessadas nas reivindicações e melhorias para a entrada de nossa cidade.

4 - Nação Jovem: Qual foi o procedimento e encaminhamento do abaixo assinado?

R: Após o recolhimento do abaixo assinado, anexei junto às ocorrências cedidas pela Polícia Rodoviária Estadual e encaminhei pessoalmente um ofício ao Diretor Geral do DER – MG, Dr. José Elcio Santos Moteze. Ao ler o documento, ficou impressionado com a concisão dos dados e declarou urgente a autorização e intervenção no trevo da cidade, ao que compete ao DER, atendendo às solicitações reivindicadas no abaixo assinado.





5 –Nação Jovem:  Qual foi o prazo entre a entrega do ofício e a realização das obras?

R: O abaixo assinado foi entregue junto com o ofício no dia 17 de agosto de 2011 e as obras foram iniciadas em meados de novembro e estão sendo concluídas agora.

6 – Nação Jovem: Nesta conquista, quem participou efetivamente do processo?

R: Todo o mérito é da população que acreditou neste trabalho. Participaram comigo também  o 2º Ten.  da PM Cristiano Ferreira de Oliveira, o Diretor Geral do DER – MG, Dr. José Elcio Santos Monteze, o Diretor Regional da CEMIG, Sr. Lúcio Wanderlei Carvalho dos Santos, o Deputado Estadual Sr. Luiz Carlos Miranda e o Sr.  José Walter Resende Aguiar.

7 - Nação Jovem: Qual a avaliação que você faz deste tipo de manifestação popular?

R: Abaixo assinado dá resultado e estou à disposição para outros.





Acima, resposta do DER ao Deputado Estadual Luiz Carlos Miranda sobre as reivindicações do abaixo assinado



À esquerda, relatório da Polícia Rodoviária Estadual sobre os acidentes na MGT 383 na região de Entre Rios de Minas

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Vítimas do acidente entre trem e ônibus passam por dificuldades


                                                                                                      Marlene (mãe) e as quatro filhas. Jaqueline e Janaína ao centro, vítimas do acidente de ônibus.
A família Fonseca é sobrevivente do acidente envolvendo um trem e um ônibus escolar na comunidade de Brumadinho, zona rural de Entre Rios, que deixou três mortos no dia 22 de junho de 2011. A família é formada pelo casal Francisco Resende da Fonseca, 42, e Marlene da Conceição Fonseca Silva, 32, e quatro filhas, Fabrícia, Juliana, Jaqueline e Janaína. As duas últimas estavam no acidente. Jaqueline sofreu algumas escoriações no rosto, mas passa bem. O caso mais grave foi o de Janaína, 12, que sofreu traumatismo craniano e alterações na lateral do rosto depois do impacto. A pequena já passou por cirurgia de reconstituição do crânio e em breve fará outra cirurgia. Após longo tratamento, Janaína ainda sofre com problemas intestinais e faz uso de fraudas.  A irmã de Marlene, Rosilene Maria da Fonseca Silva, 33, também se feriu no acidente e ficou com deficiência no pé, devido ao atendimento não adequado na reconstituição do tornozelo.
A família deixou a vida tranquila na comunidade do Brumadinho, onde tem uma casa, para  a filha ficar  mais próxima do tratamento na cidade.  Todo este sacrifício por Janaína trouxe, por outro lado, dificuldades financeiras graves. A família paga aluguel no valor de R$500,00.  Francisco, o pai, está desempregado e a mãe, Marlene, faz faxina por meio expediente e ganha R$200,00 mensais.  Após muita demora, foi concedido um benefício no valor de um salário mínimo para Janaína. Porém, este dinheiro é usado para pagar o aluguel. “Procurei a Assistência Social e me disseram que ela não tinha direito. Com muito custo deram andamento aos papéis e encaminharam ao INSS. Ela foi aprovada na perícia e o benefício foi concedido”, relata.
Segundo Marlene, antes de sair o benefício, a Assistência Social do município dava mais apoio. “Antes da pensão, havia uma assistente social que corria com uma lista e as pessoas ajudavam com dinheiro para pagar aluguel, luz e água. Neste último mês passamos um aperto muito grande, procuramos a Secretaria de Saúde e Ação Social e a resposta que me deram é que não é obrigação da prefeitura mais ajudar. Hoje, pagamos o aluguel com o benefício da minha filha”, desabafa.
Apesar de receberem também o benefício do Bolsa Família no valor de R$198,00, sobra pouco dinheiro para pagar as despesas. “Na roça não tinha que pagar aluguel, nem comprar comida. Plantava algumas verduras, criava porco, galinhas. Aqui na cidade, até a verdura tenho que pagar”, conta Marlene. Segundo ela, neste período de chuva, pelo fato da propriedade se localizar perto de brejo, a família ficaria ilhada, sem condições de a pequena Janaína ir ao médico.
A mãe reforça que a comunidade a ajudou e que a prefeitura não tem dado tanto apoio. “É importante que as pessoas saibam que são os cidadãos que me ajudam hoje e não a prefeitura. Todo apoio são de contribuições de pessoas que se sensibilizam. Ganhei cesta básica de pessoas que ajudaram. Algumas batiam campainha e deixavam donativos na porta sem ao menos eu saber quem era. A população é muito solidária”, conta Marlene.
O espírito solidário de cidadãos da cidade tem ajudado a família. Um senhor ofereceu uma pequena casa em seu sítio próximo à cidade para que não paguem mais aluguel e ainda a oportunidade de cuidarem da propriedade. Francisco agradece. “Existem pessoas com grande coração. Com esta oportunidade poderei  trabalhar, cuidando do sítio”, comemora o pai de família.
Janaína perdeu um ano letivo e agora foi matriculada na Escola  Estadual Ribeiro de Oliveira na 5ª série. Ela ainda passará por um período de recuperação após a cirurgia de reconstituição que irá fazer ainda este ano. Faz toda semana duas sessões de fisioterapia e uma de fonaudiologia.

Doações e donativos podem ser deixados com Marlene na chácara que fica à Rua Esmeralda, atrás do Clube Entre Rios.