terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Vítimas do acidente entre trem e ônibus passam por dificuldades


                                                                                                      Marlene (mãe) e as quatro filhas. Jaqueline e Janaína ao centro, vítimas do acidente de ônibus.
A família Fonseca é sobrevivente do acidente envolvendo um trem e um ônibus escolar na comunidade de Brumadinho, zona rural de Entre Rios, que deixou três mortos no dia 22 de junho de 2011. A família é formada pelo casal Francisco Resende da Fonseca, 42, e Marlene da Conceição Fonseca Silva, 32, e quatro filhas, Fabrícia, Juliana, Jaqueline e Janaína. As duas últimas estavam no acidente. Jaqueline sofreu algumas escoriações no rosto, mas passa bem. O caso mais grave foi o de Janaína, 12, que sofreu traumatismo craniano e alterações na lateral do rosto depois do impacto. A pequena já passou por cirurgia de reconstituição do crânio e em breve fará outra cirurgia. Após longo tratamento, Janaína ainda sofre com problemas intestinais e faz uso de fraudas.  A irmã de Marlene, Rosilene Maria da Fonseca Silva, 33, também se feriu no acidente e ficou com deficiência no pé, devido ao atendimento não adequado na reconstituição do tornozelo.
A família deixou a vida tranquila na comunidade do Brumadinho, onde tem uma casa, para  a filha ficar  mais próxima do tratamento na cidade.  Todo este sacrifício por Janaína trouxe, por outro lado, dificuldades financeiras graves. A família paga aluguel no valor de R$500,00.  Francisco, o pai, está desempregado e a mãe, Marlene, faz faxina por meio expediente e ganha R$200,00 mensais.  Após muita demora, foi concedido um benefício no valor de um salário mínimo para Janaína. Porém, este dinheiro é usado para pagar o aluguel. “Procurei a Assistência Social e me disseram que ela não tinha direito. Com muito custo deram andamento aos papéis e encaminharam ao INSS. Ela foi aprovada na perícia e o benefício foi concedido”, relata.
Segundo Marlene, antes de sair o benefício, a Assistência Social do município dava mais apoio. “Antes da pensão, havia uma assistente social que corria com uma lista e as pessoas ajudavam com dinheiro para pagar aluguel, luz e água. Neste último mês passamos um aperto muito grande, procuramos a Secretaria de Saúde e Ação Social e a resposta que me deram é que não é obrigação da prefeitura mais ajudar. Hoje, pagamos o aluguel com o benefício da minha filha”, desabafa.
Apesar de receberem também o benefício do Bolsa Família no valor de R$198,00, sobra pouco dinheiro para pagar as despesas. “Na roça não tinha que pagar aluguel, nem comprar comida. Plantava algumas verduras, criava porco, galinhas. Aqui na cidade, até a verdura tenho que pagar”, conta Marlene. Segundo ela, neste período de chuva, pelo fato da propriedade se localizar perto de brejo, a família ficaria ilhada, sem condições de a pequena Janaína ir ao médico.
A mãe reforça que a comunidade a ajudou e que a prefeitura não tem dado tanto apoio. “É importante que as pessoas saibam que são os cidadãos que me ajudam hoje e não a prefeitura. Todo apoio são de contribuições de pessoas que se sensibilizam. Ganhei cesta básica de pessoas que ajudaram. Algumas batiam campainha e deixavam donativos na porta sem ao menos eu saber quem era. A população é muito solidária”, conta Marlene.
O espírito solidário de cidadãos da cidade tem ajudado a família. Um senhor ofereceu uma pequena casa em seu sítio próximo à cidade para que não paguem mais aluguel e ainda a oportunidade de cuidarem da propriedade. Francisco agradece. “Existem pessoas com grande coração. Com esta oportunidade poderei  trabalhar, cuidando do sítio”, comemora o pai de família.
Janaína perdeu um ano letivo e agora foi matriculada na Escola  Estadual Ribeiro de Oliveira na 5ª série. Ela ainda passará por um período de recuperação após a cirurgia de reconstituição que irá fazer ainda este ano. Faz toda semana duas sessões de fisioterapia e uma de fonaudiologia.

Doações e donativos podem ser deixados com Marlene na chácara que fica à Rua Esmeralda, atrás do Clube Entre Rios.

2 comentários:

  1. Infelizmente isso é algo que ocorre depois que "a poeira baixa". Vamos esperar que os órgãos competentes assumem essa responsabilidade social pois afinal, quem sofre com toda essa história, são os mais inocentes e menos culpados.

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  2. mas infelismente os orgaos competentes nao enxergam as dificuldades daqueles que pouco "tem",agora o povo deve refletir e pensar melhor na hora de escolher quem comanda a cidade ,afinal o tempo vai passar e isso nao vai mudar.

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