Enquanto Entre Rios manteve um desempenho discreto, com 0.6893 pontos, na
79ª posição, Jeceaba obteve primeiro lugar, com 0.9388, no Índice FIRJAN de Gestão (IFGF) no estado de Minas
Gerais, que mede o desempenho na gestão de recursos públicos nos municípios, divulgado no mês de março. Foram
avaliados cinco indicadores: Receita Própria, Pessoal, Investimentos, Liquidez
e Custo da Dívida.
O conceito de avaliação considerou três notas para as
gestões. Sendo A, para resultados superiores a 0,8 pontos, B, entre 0,6 e 0,8
pontos, C, entre 0,4 e 0,6 pontos e D, inferiores a 04 pontos.
O índice tem como base as estatísticas oficiais
disponibilizadas anualmente pela Secretaria do Tesouro Nacional, constituídas
por informações orçamentárias e patrimoniais prestadas pelos próprios
municípios. A leitura do IFGF é
simples: a pontuação varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, melhor a
gestão fiscal do município no ano em observação.
O município de Jeceaba obteve nota A em quatro, dos cinco
indicadores, sendo destaque no estado. Entre Rios, obteve um desempenho muito
discreto, com uma administração dos recursos bem modesta. Acompanhe no gráfico
abaixo.
ÍNDICE
FIRJAN EM ENTRE RIOS DE MINAS
|
|
POSIÇÃO
|
79ª
|
PONTUAÇÃO
|
0.683
|
GASTOS COM PESSOAL
|
0.546
|
INVESTIMENTOS
|
1 PONTO
|
LIQUIDEZ
|
0.9061
|
CUSTO DA DÍVIDA
|
0.994
|
A receita de Entre Rios quase não obteve avanços. Passou
de 0.1655 em 2006 para 1.697 em 2010.
Os gastos com pessoal, diminuíram de
0,5664 em 2006 para 0,5460 em 2010.
A cidade teve avanços positivos em investimentos e liquidez. Os investimentos saltaram de 0.6651 em 2006 para 1 (um) ponto em 2010 e a liquidez evoluiu de 0.7163 em 2006 para 0.9061 em 2010. O endividamento do município
manteve-se o mesmo com 0.9944 pontos.
A receita de Entre Rios é
uma das mais baixas de Minas e do Brasil, com pontuação D. Em comparação com
outras cidades mineiras, Entre Rios tem a 465ª posição e no Brasil o desempenho
é ainda pior, com a 2810ª posição.
Opinião:
Muitos podem atribuir o
melhor desempenho de Jeceaba no índice FIRJAN pela chegada da VSB. De fato, com
um investimento de cerca de 2,5 bilhões, o município tem a possibilidade de
distribuir melhor os recursos. No entanto, somente mais recursos, não é o único
fator para uma boa administração. Responsabilidade com a comunidade,
investimentos nas áreas sociais e principalmente, transparência com o dinheiro
público, são elementares na construção de uma administração séria e
comprometida.
Entre Rios, como mostrou a
matéria, não foi nem quente nem frio, foi morno. Para a cidade melhorar o
desempenho é preciso mais clareza nas contas públicas, como a prestação de
contas do município disponível no portal da prefeitura ou nos jornais locais. Ouvir
o cidadão, sem censurá-lo, também é importante, para a prefeitura investir nas
áreas que mais carecem a população.
O indicador que mostra a
queda de gasto com pessoal, a princípio, pode parecer uma economia para o
município, mas também pode ser uma preocupação. Com menos gastos com pessoal,
os serviços tendem a perder a excelência e o cidadão deixa de ser atendido
adequadamente nas diversas áreas. A receita do município é muito baixa. Porém,
nos últimos anos, observamos poucos investimentos. Enquanto São Brás do Suaçuí,
outra cidade com uma população bem menor que Entre Rios, receberá indústrias na
área de siderurgia na casa de 200 milhões, o entrerriano fica com a impressão de
que estamos de braços cruzados. Enquanto a região inteira está crescendo, Entre
Rios está apenas na carona, recebendo o ônus(problemas) destes investimentos.
Gerir recursos é um dever
de todo governo, como é dever divulgar com clareza a prestação de contas a
todos os cidadãos. É dever também da administração buscar parcerias, indústrias,
para melhorar a arrecadação e a receita do município, para podermos ter
serviços de qualidade na saúde, educação, assistência social, na infraestrutura
e na prática esportiva do município.
É preciso mais ousadia.
Entre Rios precisa ser o ator principal. Senão, é melhor comprar um ingresso e
assistirmos sentados o espetáculo do crescimento das cidades da região.
Ótima análise companheiro.
ResponderExcluirPenso que mais importante que angariar “recursos financeiros” é considerar e administrar “recursos humanos”.
A redução de investimentos em pessoas demonstra o valor dos assessores, a divisão de tarefas, responsabilidades e perspectivas do atual modelo administrativo.
Recursos financeiros são captados através de recursos humanos capazes e visionários.
O que ‘festejar’ mediante este quadro?