(Foto ilustrativa - Exemplo do transtorno de rua estreita na Tijuca - Rio de Janeiro)
Foi
aprovado na quarta-feira passada, 19, na Câmara Municipal de Entre Rios
o projeto de lei nº19/2011 proposto pelo Executivo e encaminhado ao
Conselho da Cidade de Entre Rios de Minas, que altera a lei
complementar 1569 de 19/08/2011 sobre o uso e ocupação do solo. O
projeto aguarda a sanção do prefeito municipal Sr. Mário Augusto
Andrade. Com a aprovação do projeto e as emendas propostas por alguns
vereadores e empresários do setor imobiliário a largura das ruas em
condomínios fechados passa de 9 metros para 8 metros (mão dupla) e 7
metros (mão única).
Com
os grandes investimentos metalúrgicos e de mineração na região do Alto
Paraopeba o trânsito de Entre Rios tem sofrido com o fluxo de veículos.
Haja vista a rua Dr. João Vaz, no centro, que todo sábado, os carros
estacionam no afunilamento da rua, que tem a sinalização precária e
barram a passagem do Ônibus da Viação Sandra que passa por volta de
meio-dia. Há sempre um "buzinaço" neste horário aos sábados.
Contra estes pressupostos, e de certa forma, sem a leitura do momento de investimentos e inchaço populacional vivido pela região, foi aprovado um projeto, repleto de emendas, que possibilita um espaço maior dos loteamentos e diminui o tamanho das ruas de condomínios. Imaginem se isso se arrasta para loteamentos abertos, o que seria do fluxo urbano da cidade? Estas ruas no futuro atenderiam ao fluxo de carros com estas dimensões? Não correríamos o risco de termos o trânsito "engarrafado" como nas cidades de Ouro Preto e São João Del Rei?
O
Plano diretor foi construído para traçar diretrizes do desenvolvimento
da cidade. Porém, como ocorre em outras cidades, sempre é alterado
quando está em jogo interesses particulares ou quando algo não é
cumprido. Em Entre Rios várias diretrizes não são cumpridas e vemos
situações alarmantes como a largura dos
passeios inadequada, a construção de imóveis que não tem janelas de
ventilação (o
que pode causar mofo e provocar o uso de iluminação artificial para
clarear o ambiente), o tamanho das marquizes exagerado, o desrespeito à
harmonia arquitetônica do município, etc. Quem passa pela rua Dr. João
Vaz, percebe claramente a mudança de prédios bonitos, harmoniosos, por
construções quadradas, cheias de azulejos, que não dialogam e que nada
tem a ver com a arquitetura do centro.
Qualquer
mudança ou alteração de prédios e construções, pela lei do muniípio,
tem que passar pelo crivo do Conselho da Cidade de Entre Rios de Minas,
criado pela lei municipal 1598, 18/08/2011. O Conselho é consultivo e
deliberativo sobre quaisquer obras, principalmente envolvendo o
patrimônio histórico. No entanto, exceto algumas pessoas, nos
perguntamos se o corpo que constitui o Conselho é capacitado para
determinado fim. Há arquitetos, engenheiros ou pessoas que conheçam a
história e os valores da cidade?
Neste sábado, estive com um ex-presidente do Conselho, que ressaltou a importância de se constituir um Conselho do Patrimônio Histórico do Municipio, para tratar especificamente de questões relativas ao patrimônio.
Neste sábado, estive com um ex-presidente do Conselho, que ressaltou a importância de se constituir um Conselho do Patrimônio Histórico do Municipio, para tratar especificamente de questões relativas ao patrimônio.
Eis a questão: Estreitar ruas é bom ou ruim para a cidade?
Vantagens: ?
Desvantagens: trânsito carregado, dificuldade de tirar e por o carro na garagem, dificuldade de estacionar, etc.
Outra desvantagem: a passagem também fica ruim para pedestres, que com tantas construções invadindo as calçadas têm que andar na rua, correndo o risco de atropelamento.
ResponderExcluirSó mesmo um executivo sem comprometimento com a cidade para enviar um projeto desta natureza. Não pensar no futuro é simplesmente uma vergonha. O que será que tem por trás de um projeto destes. Será que tem alguém ganhando com isso???? Fica ai a pergunta.
ResponderExcluirÉ verdade Lívia, com ruas mais estreitas perdem pedestres e motoristas. Por enquanto isto vale somente para novos condominios, mas imagine se todo mundo quiser abrir uma exceção? Implantariam o caos.
ResponderExcluirPensar no futuro seria o obvio ne? Realmente não dá para entender, como encaminham projetos desta natureza. Com certeza atendem a interesses particulares em detrimento do cidadão. O engraçado é que não divulgam isso. Mas o blog Nação Jovem está aqui pra isso, para mostrar o que acontece em Entre Rios.
ResponderExcluirPedestres nao correm riscos , a alteração so vale para pista de rolagem . Nao tem alteraçao nenhuma do tamanho dos passeios . Não a necessidade de ruas de 9 metros , isso e muita coisa para uma rua , claro que a tendencia e aumentar o fluxo do transito , mas na nossa cidade nunca sera esse caos por menos 1 ou 2 metros de rua. Isso também so vai ser aplicado em projetos privados . As vantagens disso e uma maior organização em construções, pois os lotes serão mais definidos , e com isso nao terá mais a bagunça de casas "comendo" o passeio. Pense por um lado , estão diminuindo um pouco da rua, mas concerteza irão dispor de empreendimentos muito mais organizados e bem projetados nessa questão! Acho que temos coisas bem mais sérias para serem expostas nesse tipo de conscientização , como uma manutenção melhor nas ruas já existentes. Ou as vezes até ruas que nem existem calçamento , deveriamos cobrar isso para depois debater sobre trânsito, etc . Minha opinião !
ResponderExcluirObrigado pela sua opnião. Este é um espaço democrático de discussão de pessoas que são contra ou a favor.
ResponderExcluirA questão por enquanto é restrita apenas à condomínios fechados. Mas a grande preocupação é com a fragilidade do processo. A forma como é tramitada e realidada a mudança e como é discutida. São pessoas competentes que avaliam no conselho? O conselho tem capacitade técnica para julgar assuntos desta relevância? A população foi convidada para a discussão?
Com um processo tão frágil, pode abrir precedentes de outras pessoas proporem mudanças para atenderem interesses particulares.
Esta é a preocupação da população.