Semana
passada estive reunido com alunos do 1º, 2º e 3º anos da Escola Estadual
Ribeiro de Oliveira em Entre Rios de Minas, onde mostrei a importância da
juventude se organizar, de se agrupar para alcançar objetivos comuns. Até
pouco tempo em nosso país, as políticas juvenis consideravam
a juventude apenas como uma fase de
transição da adolescência para a vida adulta.
Segundo
informações do site da Secretaria Geral da República, "
o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente
instituía que essas políticas estavam restritas aos brasileiros com até 18
anos. A partir dessa faixa etária, eles passavam a
integrar o grupo de adultos, com acesso às políticas
universais, sem qualquer reconhecimento às suas particularidades".
Para mudar este prisma, O Governo Federal, a partir de 2005, criou mecanismos
para encarar esta realidade de outra forma e mostrar que
"a juventude é um segmento social, com direito a
políticas específicas e capazes de atender às suas necessidades".
Foi
instituída a Secretaria Nacional da Juventude, que coordena as ações
executivas das políticas da juventude, o PROJOVEM, que é um programa que
inclusão do jovem no mercado de trabalho e o Plano Nacional da Juventude que
foi construído a partir das Conferências Municipais, Regionais, Estaduais no
país todo e lançada na Conferência Nacional. Este ano, o plano está sendo
revisto, devido às mudanças dos anseios dos jovens, da velocidade dos meios de
comunicação e de avanços em algumas verbas e políticas.
O
acesso a estes meios permite que o jovem participe de decisões em nível
nacional sobre direitos, garantias, programas e leis que atendam à realidade da
juventude. Mas é importante ressaltar que a participação começa de pequenos
grupos organizados e estruturados para estes atores terem voz. Uma destas
ferramentas é o Grêmio Estudantil.
No
encontro que tive com os jovens da E.E. Ribeiro de Oliveira, perguntei a alguns
alunos se na escola havia Grêmio. Os alunos disseram que não. Perguntei por
que? Responderam que não tiveram apoio da diretoria para instituir o grêmio.
Terminei com mais um questionamento: se vocês se organizam e não conseguem,
simplesmente desistem ou revisam o que deu errado e tentam superar os erros
para finalmente instituir o Grêmio? Bom, para esta última pergunta não obtive
resposta. Senti ali naquele momento que os jovens presentes estavam sem força
para lutar e que não acreditavam no potencial que tinham. Mostrei a eles
exemplos de jovens que acreditavam no poder de se organizarem, como o Movimento
Primavera Árabe, que derrubou ditadores no norte da África e no Oriente Médio e
também a participação decisiva da juventude nas Diretas Já em 1984, que
culminou na derrubada do regime militar.
Fiz um
desafio e repito: vamos reorganizar o Grêmio? A partir dele iremos ter
maturidade e coragem para instituirmos na cidade clubes de participação da
juventude como o Leo e Rotary.
A
liderança é aprendida desde cedo e a organização do jovem é crucial para
exercê-la durante toda a vida.
Como
Organizar um Grêmio:
Passo a
passo:
Para
formar o Grêmio são necessários 5 grandes passos, todos muito importantes. Veja
com atenção cada um dos passos.
1º PASSO
• O
grupo interessado em formar o Grêmio comunica a direção escolar, divulga a
proposta na escola e convida os alunos interessados e os representantes de
classe (se houver) para formar a COMISSÃO
PRÓ-GRÊMIO. Este grupo elabora uma proposta de Estatuto que será discutida
e aprovada pela Assembléia Geral.
2º PASSO
• A
Comissão Pró-Grêmio convoca todos os alunos da escola para participar da
Importante: A
Assembléia Geral precisa ser registrada em ata.
3º PASSO
• Os
alunos se reúnem e formam as CHAPAS que concorrerão na eleição. Eles devem
apresentar suas idéias e propostas
para o ano de gestão no Grêmio Estudantil. A Comissão Eleitoral promove
debates entre as chapas, abertos a todos os alunos.
4º PASSO
• A
Comissão Eleitoral organiza a ELEIÇÃO (o voto é secreto). A contagem é feita
pelos representantes de classe, acompanhados de dois representantes de cada
chapa e, eventualmente, dos coordenadores pedagógicos da escola. No final da
apuração, a Comissão Pró-Grêmio deve fazer uma Ata de
Eleição para divulgar os resultados.
5º PASSO
• A
Comissão Pró-Grêmio envia uma cópia da Ata de Eleição e do Estatuto para a
Direção Escolar e organiza a cerimônia de POSSE DA DIRETORIA do Grêmio (quem
cuidará do que no Grêmio Estudantil).
A
cada ano, reinicia-se o processo eleitoral a partir do 3º passo.
GLOSSÁRIO
Grupo
de alunos interessados na formação do Grêmio. Tem como tarefas: divulgar a
idéia do Grêmio na escola, elaborar o Estatuto do Grêmio e convocar a
Assembléia Geral.
ASSEMBLÉIA
GERAL
Reunião
de todos os alunos da escola para discutir e aprovar alguma proposta do Grêmio.
É o órgão máximo de decisão do Grêmio Estudantil. Para garantir que a decisão
da Assembléia Geral seja representativa, pelo menos 10% dos alunos matriculados
na escola deverão estar presentes na reunião, do contrário, convoca-se outra
Assembléia Geral.
COMISSÃO
ELEITORAL
Grupo
formado por dois representantes de cada chapa, representantes de classes e
Coordenação Pedagógica da escola. Será responsável por todo o processo
eleitoral: fazer as cédulas com os nomes das chapas, providenciar a urna,
contar os votos e divulgar os resultados.
ASSOCIAÇÃO
DE PAIS E MESTRES (APM)
É
uma instituição auxiliar da escola, que tem como objetivo contribuir com o
processo educacional e a integração família-escola comunidade.
Como
a escola não tem autonomia para movimentar recursos financeiros diretamente, é
pela APM que recebe e aplica recursos vindos da Secretaria de Educação ou
resultante de festas, contribuições etc.
É
composta por, no mínimo, 23 pessoas (onze no Conselho Deliberativo, nove na
Diretoria Executiva e três no Conselho Fiscal).
CONSELHO
DE ESCOLA
O
Conselho é o maior órgão de decisão da escola. É composto por 40% de
professores, 25% de pais, 25% de alunos, 5% de especialistas e 5% de
funcionários, eleitos no início do ano.
MAIORIA
SIMPLES DE VOTO
Considerando
o total de votos obtidos, vence quem receber o maior número de votos (metade
mais um).
QUORUM
Número
de pessoas presentes em uma reunião, assembléia ou discussão.
Pode-se
estabelecer um quorum mínimo, ou seja, um número mínimo de pessoas necessário
para legitimar uma decisão.
Existem
três níveis de representação das entidades estudantis: as municipais,
MUNICIPAL
UMES
(União Municipal dos Estudantes Secundaristas)
ESTADUAL
UPES
(União Paulista dos Estudantes Secundaristas)
NACIONAL
UBES
(União Brasileira dos Estudantes Secundaristas)
Fonte:
Caderno Grêmio em Forma, do Instituto Sou da Paz.
E a E.E. Pedro Domingues?
ResponderExcluirO convite é aberto a todas as escolas. Fui à E.E. Ribeiro de Oliveira porque a professora Suzaninha me convidou.
ResponderExcluirSerá um prazer falar para os alunos da E.E. Pedro Domingues também.
Deixei as orientações para os alunos se mobilizarem e montarem os grêmios em cada escola.
Se precisar de qualquer ajuda, me coloco à disposição.
Abraços.
Estudo na E.E.Pedro Domingues e no ano passado, eu e uma amiga levamos à diretoria da escola uma proposta para a criação de um grêmio estudantil. Nos foi passado que não seria possível até que se terminassem as obras na escola (o que ainda não aconteceu).
ResponderExcluirAcho que o grande desafio na nossa escola é encontrar alunos interessados no projeto e que queiram se empenhar em prol do objetivo. O que falta, na minha opinião, é motivação, e dentro da escola não há nenhuma.
Concordo que devemos lutar pelo que acreditamos, mas isso se torna muito difícil quando estamos sós.