segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sotaque mineiro: conheça e se divirta com as expressões típicas de Entre Rios e região

A língua portuguesa é muito rica, com muitos recursos e artifícios que a tornam muitas vezes divertida. Fruto da mistura da colonização portuguesa, a mistura com índios nativos e outros povos diversos proporcionaram à nossa língua um paladar sem igual no mundo. 

Cada região região tem suas expressões que a marcam. O baiano com o "arretado"(nervoso), o carioca com o "mermo"(mesmo), o paulista que fala "mano"(irmão). Enfim, são inúmeros sotaques por este Brasil afora. Mas com certeza um dos sotaques mais ricos é o dos mineiros. Aqui, as gírias não se limitam a "cê"(você), ou "trem"(coisa). Principalmente no interior, o sotaque é repleto de misturas e expressões que caracterizam cada região.

Entre Rios tem um cardápio cheio de expressões que nos deparamos no dia-a-dia. É muito comum ouvirmos, "esse sujeito é uma 'prasta' (lerdo)". Ou ainda, onde está aquela "pustema" (pessoa chata)?

Conhecer nossa cultura é essencial para preservarmos nossa identidade e guardarmos nossa história.

Tive o trabalho(imenso prazer) de colher algumas expressões do dia-a-dia na cidade. 

Faço a relação para cada um conhecê-las e identificá-las. São muitas as expressões que nossos pais, parentes e amigos usam de geração em geração e que enriquecem nossa cultura. Conto com sua ajuda para aumentarmos esta lista e quem sabe, produzir um minidicionário de expressões regionais.

Você que se lembra de alguma palavra ou expressão, poste também. Vamos fazer uma corrente pela preservação das características da linguagem da nossa cidade.

Um abraço, conto com sua participação nos comentários.


Minidicionário de expressões regionais (palavras colhidas de Entre Rios):

Conversa amarela: conversa fiada.
Cutelo: pessoa que perturba. Ex: Dá sossego "cutelo"!
Gorar: inveja, colocar "olho gordo".
Muquifo: lugar mal arrumado, sujo.
Pnóia: mentiroso. Fulano é uma "pnóia" (mentiroso).
Podriqueira: coisa ruim, podre.
Pôia: pessoa mole, sem expediente.
Prasta: gente lerda, desengonçada.
Quêde: lugar. "Quêde"(onde está) beltrano?
Sá: sô!
Sabão preto: pessoa chata. Ciclano é um "sãbão preto"(chato).
Suvelar: incomodar, "encher a paciência". Este sujeito está me "suvelando"(perturbando).
Tixa: uma ova!



quarta-feira, 13 de junho de 2012

24 mil pessoas comprovam: O rock ainda arrasta multidões


O rock não morreu. Apesar de termos a impressão de que ele está escondido, ainda continua bem vivo. Prova disso foi o show do Capital Inicial em Conhas no último dia 8 em Congonhas. Segundo a guarda municipal e a polícia Militar, 24 mil pessoas compareceram ao evento. A galera pulou, gritou e "pirou" ao som dos clássicos da banda Aborto Elétrico, primeira banda de Renato Russo ("Fátima" e "Que País é Esse?") e os sucessos do Capital como "Independência" e "Nathascha". Além do pop rock nacional, a multidão ainda curtiu interpretações do velho punk rock de Ramones e o rock pesado de Led Zeppelin.


Esse show me deu saudades de quando ligávamos o rádio e ouvíamos Pop Rock Nacional, Rock'n Roll...

Hoje, as rádios só tocam em sua maioria sertanejo. Sinceramente, não acredito que isso que está nas paradas de sucesso seja sertanejo. Sertanejo que conheço é "Tunico e Tinoco", "Chitão", "Trio Parada Dura", "Zezé e Luciano"... "Tchu tcha tcha", "Lê, lê, lê", "Ai, ai, ai, ai", pra mim não é sertanejo e muito menos música. As gravadoras acharam o "caminho das pedras", ou a "galinha dos ovos de ouro". Se o funk sacanagem   foi criticado, banalizado, mas vendeu horrores, por quê não apostar no "sertanejo universitário", ou "sertanejo sacanagem", que acredito pelas letras, é o que mais se parece?

A "dor de cotovelo" tradicional do sertanejo deu lugar ao sexo, com letras que atribuem esta conotação. É insuportável sintonizar certas rádios por ai e só ouvir isto. A grande mídia lança uma dupla por dia, ou será por minuto? Uma banda mal implaca um sucesso e as gravadoras já lançam outra com a mesma proposta de letras vazias, mas com "sílabas" diferentes. 

Sinto saudades do auge do rock e do pop rock no Brasil. Hoje, infelizmente, a sociedade gosta tanto do banal, da coisa fácil, que não quer ouvir uma letra que tenha uma crítica social ou que seja bem construída, bem elaborada. Ao ouvir no show do Capital de Congonhas "Que País é Esse"?, percebi como as músicas dos anos 80' tinham letras bem feitas e como ainda tocam a gente.

Na cidade que nasci, Barroso, quando era adolescente, tinha muitos amigos que gostavam de rock dos mais diferentes gêneros. Grunge, Trash Metal, Heavy Metal, Indie, Gótico, etc. A cidade tinha dois festivais de rock por ano, "Barrock" e "Fest Band". Estes eventos mexiam com o imaginário da juventude, além de incentivar a criação de bandas. Na escola que eu estudava, era muito comum meus colegas terem bandas.
Alguns continuam até hoje e estão atuando de forma profissional como é o caso do Rafael, da banda paulista de trash metal "Reviolence".

O rock mudou minha vida, pois aprendi a ser mais criativo, a me vestir melhor, a enxergar a sociedade de outra forma e a aprender mais sobre a música em si (ritmo, harmonia, tempo, melodia). Eu e mais tantos, andávamos pela minha terra natal de calças jeans e camisas xadrez, como a galera do Nirvana.Éramos conhecidos como a "galera de xadrez".

Vejo hoje em Entre Rios algumas bandas trabalhando muito bem como "Mira 21", "Overdose" e "Transtorno". A galera do "Farra Trio",  também tem se destacado ao misturar rock e viola.

Alguns espaços tem dado oportunidade como é o caso da danceteria Tróia e do bar Vila Lobo da minha grande amiga Cláudia. Mas acredito que é preciso mais. Podemos e temos condições de fazer um festival de música anual, ou um festival de rock todo ano. Ao ver a multidão em Congonhas no show do Capital percebi que o rock ainda é forte, só precisa ser incentivado.

Estamos perto de uma revolução cultural e musical. Quando a música banal domina o mercado, quando quase tudo o que se ouve não presta, a sociedade faz um movimento inverso, que muda o rumo das coisas. Foi assim em todas as revoluções musicais que ocorreram e transformou toda a cultura. Estamos perto desta mudança, podemos contribuir para que isso ocorra mais rápido, apoiando as bandas que estão mandando bem e cobrando isto dos nossos empresários, artistas e governantes.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

1º Festival das Quitandas e Artesanatos de Entre Rios pecou na originalidade

Foto extraída do blog de Clívia Magalhães


A intenção foi muito boa, valorizar o artesanato local e promover os cardápios da quitanda da cidade, mas a execução não foi nada plausível. A começar pelo nome, "1º Festival das Quitandas e Artesanatos de Entre Rios". Na região já temos um festival com este nome. É de Congonhas o tradicional Festival da Quitanda, uma mega estrutura, que envolve quitandeiras de toda a região, é visitado por cerca de 30 mil pessoas e que neste ano comemorou a 12ª edição com os violeiros Renato Teixeira, Sérgio Reis e o humorista Saulo Laranjeira.

A cultura de Entre Rios precisa ser valorizada e devemos apoiar as iniciativas que a promovem. Mas copiar um nome já existente, é de certa forma, limitar nossa criatividade. Na cidade temos a nossa tradicional Festa da Colheita, que tem um reconhecimento em toda a região e é um dos eventos mais importantes da cidade. Nenhuma cidade da região vai sair criando por ai uma festa com o mesmo nome, pois a primeira impressão que teríamos seria, "estão copiando nossa festa".

O 1º Festival das Quitandas e Artesanatos de Entre Rios merecia uma estrutura melhor. Nossos artistas merecem cantar em um palco bem estruturado, com som de qualidade, iluminação e não em uma estrutura de tablado, com um pano TNT enfeitando o fundo. Podem dizer que a cidade tem poucos recursos, mas se nos esforçarmos um pouco mais, conseguimos envolver os comerciantes e as empresas da nossa cidade e região para apoiar a cultura local. No caso das empresas, é de interesse delas apoiarem causas culturais, pois assim obtém impostos reduzidos.

Mais uma vez repito, é muito importante e precisamos de eventos que valorizam nossa cultura, mas é preciso envolver mais a comunidade, divulgar nas rádios da cidade (Ouro FM e Entre Rios FM), nos jornais Correio de Minas e O Fortim, na internet, em cartazes e panfletos, em carros de som, etc. 

Quando temos o envolvimento do cidadão, todo mundo sai ganhando. Poder público tem seu reconhecimento, o cidadão se sente valorizado, a mídia local prestigiada e principalmente, Entre Rios ganha com isso. É preciso caprichar mais nos eventos, valorizar mais nossos artistas, para que os turistas que visitam nossa cidade vejam que temos profissionalismo, excelência na produção de eventos e percebam que aqui é uma cidade em que as coisas são bem feitas.

Fica a dica.:envolver mais o cidadão. Com mais opiniões, erramos menos, pois ouvimos o outro lado. Acredito que Entre Rios tem capacidade de fazer eventos de gastronomia e artesanato de alto nível, bem planejados, que envolva nosso comércio, nossas associações, produtores rurais e as empresas da nossa região.

Entre Rios é conhecida no Brasil e no mundo pela originalidade, por ideias que revolucionaram a agricultura, a biologia, a política... 

Não é copiando nomes de eventos prontos que teremos mais reconhecimento ou nos tornaremos mais conhecidos. Nossa cidade tem pessoas de alta competência técnica e artística de criar eventos originais, que valorizam de verdade Entre Rios.