segunda-feira, 11 de junho de 2012

1º Festival das Quitandas e Artesanatos de Entre Rios pecou na originalidade

Foto extraída do blog de Clívia Magalhães


A intenção foi muito boa, valorizar o artesanato local e promover os cardápios da quitanda da cidade, mas a execução não foi nada plausível. A começar pelo nome, "1º Festival das Quitandas e Artesanatos de Entre Rios". Na região já temos um festival com este nome. É de Congonhas o tradicional Festival da Quitanda, uma mega estrutura, que envolve quitandeiras de toda a região, é visitado por cerca de 30 mil pessoas e que neste ano comemorou a 12ª edição com os violeiros Renato Teixeira, Sérgio Reis e o humorista Saulo Laranjeira.

A cultura de Entre Rios precisa ser valorizada e devemos apoiar as iniciativas que a promovem. Mas copiar um nome já existente, é de certa forma, limitar nossa criatividade. Na cidade temos a nossa tradicional Festa da Colheita, que tem um reconhecimento em toda a região e é um dos eventos mais importantes da cidade. Nenhuma cidade da região vai sair criando por ai uma festa com o mesmo nome, pois a primeira impressão que teríamos seria, "estão copiando nossa festa".

O 1º Festival das Quitandas e Artesanatos de Entre Rios merecia uma estrutura melhor. Nossos artistas merecem cantar em um palco bem estruturado, com som de qualidade, iluminação e não em uma estrutura de tablado, com um pano TNT enfeitando o fundo. Podem dizer que a cidade tem poucos recursos, mas se nos esforçarmos um pouco mais, conseguimos envolver os comerciantes e as empresas da nossa cidade e região para apoiar a cultura local. No caso das empresas, é de interesse delas apoiarem causas culturais, pois assim obtém impostos reduzidos.

Mais uma vez repito, é muito importante e precisamos de eventos que valorizam nossa cultura, mas é preciso envolver mais a comunidade, divulgar nas rádios da cidade (Ouro FM e Entre Rios FM), nos jornais Correio de Minas e O Fortim, na internet, em cartazes e panfletos, em carros de som, etc. 

Quando temos o envolvimento do cidadão, todo mundo sai ganhando. Poder público tem seu reconhecimento, o cidadão se sente valorizado, a mídia local prestigiada e principalmente, Entre Rios ganha com isso. É preciso caprichar mais nos eventos, valorizar mais nossos artistas, para que os turistas que visitam nossa cidade vejam que temos profissionalismo, excelência na produção de eventos e percebam que aqui é uma cidade em que as coisas são bem feitas.

Fica a dica.:envolver mais o cidadão. Com mais opiniões, erramos menos, pois ouvimos o outro lado. Acredito que Entre Rios tem capacidade de fazer eventos de gastronomia e artesanato de alto nível, bem planejados, que envolva nosso comércio, nossas associações, produtores rurais e as empresas da nossa região.

Entre Rios é conhecida no Brasil e no mundo pela originalidade, por ideias que revolucionaram a agricultura, a biologia, a política... 

Não é copiando nomes de eventos prontos que teremos mais reconhecimento ou nos tornaremos mais conhecidos. Nossa cidade tem pessoas de alta competência técnica e artística de criar eventos originais, que valorizam de verdade Entre Rios.

4 comentários:

  1. Quem dera se fosse tão fácil assim, desenvolver qualquer projeto na cidade de Entre Rios de Minas se torna penoso, ninguém facilita nada, burocratizam tudo e complicam o que não tem necessidade de complicar, além do que a cidade vive num ostracismo fora do comum, a comunidade está totalmente desinteressada, sei disso de causa própria, desenvolvi uma projeto de sustentabilidade, inclusão e fomentacão turística Madama Butterfly utilizando os espaços públicos para os mais diversos tipos de manifestações artísticas e era preciso mobilizar a cidade inteira, poucas pessoas se interessavam, ninguém compartilhava nada, o comércio menos ainda.Só para terminar e não ficar me estendendo, antes mesmo de fazer qualquer crítica é necessário compreender as necessidades da população, os limites dos produtores e os entraves dos mais diversos que dificultam qualquer coisa ai na cidade, e realmente os artistas merecem coisa melhor desde que caiba no orçamento, se eu não tenho grana faz o que se dá para fazer, e se ele realmente é um artista não vai ficar preocupado se cantou num tablado, ou numa arena, ou num boteco...artista de alma canta onde tiver público. Quanto ao tema, gente isso é muito egocentrismo, que diferença faz se teve ou não originalidade, o importante amor é fazer algo, caguei!

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  2. Agradeço imensamente seu comentário. Foi muito importante você relatar a realidade dos artistas locais. Conheço muito bem o trabalho da Madama Butterfly, o qual admiro muito você e suas irmãs pela iniciativa em prol da cidade. Até mesmo porque nos conhecemos na noite do último desfile, no qual você fez um texto muito bonito, que emocionou o público ao se referir, "onde está nossa cultura, nossa identidade"?. Porém, quanto ao texto, acho que é importante esclarecer alguns pontos. Não estou me referindo às iniciativas que nascem da sociedade civil como é a Madama Butterfly ou do terceiro setor como as ONGS e associações. Qualquer iniciativa que parta da sociedade, com amor, empenho e dedicação merecem todo apoio. E a cidade infelizmente não abraça quando alguém faz algo. Os comerciantes não apoiam. O meu programa de rádio Nação Jovem que narra a história do jovem e faz um bate-papo interativo com entrevistas abordando a realidade local, não conseguiu apoio do comércio. Levo no "braço" mesmo. No texto, me refiro à prefeitura, pois no cartaz está escrito, "realização: prefeitura de Entre Rios de Minas". Quando a iniciativa parte do poder público, quando envolve recursos públicos, a coisa deve sim ser bem feita. Por que um artista de fora canta em um palco bacana, bem montado, com recursos públicos em outros eventos e o da cidade, canta num tablado? É claro que o artista que ama a cidade não se importa com isso, pois ele quer é contribuir para cultura. Mas quando a iniciativa parte da prefeitura, repito, quando envolve nossos impostos a coisa deve ser feita com mais cuidado e mais capricho. Aqui a falta de cuidado é tanta, que até o nosso festival de inverno morreu, a sociedade teve que organizar o mutirão cultural. Iniciativa muito bacana. A prefeitura não anuncia nas rádios, não envolve a população porque é adversária política de ambos os presidentes das rádios. Ai fica difícil até mesmo saber qual evento está acontecendo na praça.
    No texto me refiro, que a sociedade precisa estar envolvida. A prefeitura não conversa com as associações, não dialoga com os conselhos, ao invés disso, censura o cidadão. Eu mesmo já fui censurado por criticar os mandos nesta cidade. Espero que entenda o sentido da crítica.

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  3. Muito bacana todas essas iniciativas, mas não sei que coincidência é essa de fazer o primeiro evento no ano eleitoral. Pior, fazem tudo num final de semana, como festival de chop (onde nossa APAE necessita de ajuda e é tradicional) e o festival de quitanda na mesma data! Vamos ver se isso não morre no ano eleitoral, como várias outras coisas na nossa cidade nasceu e morreu a quatro anos atrás!

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    1. Parabéns Douglas. Como sempre pontual em suas críticas.

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