Foto extraída do blog de Clívia Magalhães
A intenção foi muito boa, valorizar o artesanato local e promover os cardápios da quitanda da cidade, mas a execução não foi nada plausível. A começar pelo nome, "1º Festival das Quitandas e Artesanatos de Entre Rios". Na região já temos um festival com este nome. É de Congonhas o tradicional Festival da Quitanda, uma mega estrutura, que envolve quitandeiras de toda a região, é visitado por cerca de 30 mil pessoas e que neste ano comemorou a 12ª edição com os violeiros Renato Teixeira, Sérgio Reis e o humorista Saulo Laranjeira.
A cultura de Entre Rios precisa ser valorizada e devemos apoiar as iniciativas que a promovem. Mas copiar um nome já existente, é de certa forma, limitar nossa criatividade. Na cidade temos a nossa tradicional Festa da Colheita, que tem um reconhecimento em toda a região e é um dos eventos mais importantes da cidade. Nenhuma cidade da região vai sair criando por ai uma festa com o mesmo nome, pois a primeira impressão que teríamos seria, "estão copiando nossa festa".
O 1º Festival das Quitandas e Artesanatos de Entre Rios merecia uma estrutura melhor. Nossos artistas merecem cantar em um palco bem estruturado, com som de qualidade, iluminação e não em uma estrutura de tablado, com um pano TNT enfeitando o fundo. Podem dizer que a cidade tem poucos recursos, mas se nos esforçarmos um pouco mais, conseguimos envolver os comerciantes e as empresas da nossa cidade e região para apoiar a cultura local. No caso das empresas, é de interesse delas apoiarem causas culturais, pois assim obtém impostos reduzidos.
Mais uma vez repito, é muito importante e precisamos de eventos que valorizam nossa cultura, mas é preciso envolver mais a comunidade, divulgar nas rádios da cidade (Ouro FM e Entre Rios FM), nos jornais Correio de Minas e O Fortim, na internet, em cartazes e panfletos, em carros de som, etc.
Quando temos o envolvimento do cidadão, todo mundo sai ganhando. Poder público tem seu reconhecimento, o cidadão se sente valorizado, a mídia local prestigiada e principalmente, Entre Rios ganha com isso. É preciso caprichar mais nos eventos, valorizar mais nossos artistas, para que os turistas que visitam nossa cidade vejam que temos profissionalismo, excelência na produção de eventos e percebam que aqui é uma cidade em que as coisas são bem feitas.
Fica a dica.:envolver mais o cidadão. Com mais opiniões, erramos menos, pois ouvimos o outro lado. Acredito que Entre Rios tem capacidade de fazer eventos de gastronomia e artesanato de alto nível, bem planejados, que envolva nosso comércio, nossas associações, produtores rurais e as empresas da nossa região.
Entre Rios é conhecida no Brasil e no mundo pela originalidade, por ideias que revolucionaram a agricultura, a biologia, a política...
Não é copiando nomes de eventos prontos que teremos mais reconhecimento ou nos tornaremos mais conhecidos. Nossa cidade tem pessoas de alta competência técnica e artística de criar eventos originais, que valorizam de verdade Entre Rios.
Quem dera se fosse tão fácil assim, desenvolver qualquer projeto na cidade de Entre Rios de Minas se torna penoso, ninguém facilita nada, burocratizam tudo e complicam o que não tem necessidade de complicar, além do que a cidade vive num ostracismo fora do comum, a comunidade está totalmente desinteressada, sei disso de causa própria, desenvolvi uma projeto de sustentabilidade, inclusão e fomentacão turística Madama Butterfly utilizando os espaços públicos para os mais diversos tipos de manifestações artísticas e era preciso mobilizar a cidade inteira, poucas pessoas se interessavam, ninguém compartilhava nada, o comércio menos ainda.Só para terminar e não ficar me estendendo, antes mesmo de fazer qualquer crítica é necessário compreender as necessidades da população, os limites dos produtores e os entraves dos mais diversos que dificultam qualquer coisa ai na cidade, e realmente os artistas merecem coisa melhor desde que caiba no orçamento, se eu não tenho grana faz o que se dá para fazer, e se ele realmente é um artista não vai ficar preocupado se cantou num tablado, ou numa arena, ou num boteco...artista de alma canta onde tiver público. Quanto ao tema, gente isso é muito egocentrismo, que diferença faz se teve ou não originalidade, o importante amor é fazer algo, caguei!
ResponderExcluirAgradeço imensamente seu comentário. Foi muito importante você relatar a realidade dos artistas locais. Conheço muito bem o trabalho da Madama Butterfly, o qual admiro muito você e suas irmãs pela iniciativa em prol da cidade. Até mesmo porque nos conhecemos na noite do último desfile, no qual você fez um texto muito bonito, que emocionou o público ao se referir, "onde está nossa cultura, nossa identidade"?. Porém, quanto ao texto, acho que é importante esclarecer alguns pontos. Não estou me referindo às iniciativas que nascem da sociedade civil como é a Madama Butterfly ou do terceiro setor como as ONGS e associações. Qualquer iniciativa que parta da sociedade, com amor, empenho e dedicação merecem todo apoio. E a cidade infelizmente não abraça quando alguém faz algo. Os comerciantes não apoiam. O meu programa de rádio Nação Jovem que narra a história do jovem e faz um bate-papo interativo com entrevistas abordando a realidade local, não conseguiu apoio do comércio. Levo no "braço" mesmo. No texto, me refiro à prefeitura, pois no cartaz está escrito, "realização: prefeitura de Entre Rios de Minas". Quando a iniciativa parte do poder público, quando envolve recursos públicos, a coisa deve sim ser bem feita. Por que um artista de fora canta em um palco bacana, bem montado, com recursos públicos em outros eventos e o da cidade, canta num tablado? É claro que o artista que ama a cidade não se importa com isso, pois ele quer é contribuir para cultura. Mas quando a iniciativa parte da prefeitura, repito, quando envolve nossos impostos a coisa deve ser feita com mais cuidado e mais capricho. Aqui a falta de cuidado é tanta, que até o nosso festival de inverno morreu, a sociedade teve que organizar o mutirão cultural. Iniciativa muito bacana. A prefeitura não anuncia nas rádios, não envolve a população porque é adversária política de ambos os presidentes das rádios. Ai fica difícil até mesmo saber qual evento está acontecendo na praça.
ResponderExcluirNo texto me refiro, que a sociedade precisa estar envolvida. A prefeitura não conversa com as associações, não dialoga com os conselhos, ao invés disso, censura o cidadão. Eu mesmo já fui censurado por criticar os mandos nesta cidade. Espero que entenda o sentido da crítica.
Muito bacana todas essas iniciativas, mas não sei que coincidência é essa de fazer o primeiro evento no ano eleitoral. Pior, fazem tudo num final de semana, como festival de chop (onde nossa APAE necessita de ajuda e é tradicional) e o festival de quitanda na mesma data! Vamos ver se isso não morre no ano eleitoral, como várias outras coisas na nossa cidade nasceu e morreu a quatro anos atrás!
ResponderExcluirParabéns Douglas. Como sempre pontual em suas críticas.
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